Visão Integral
Com o desenrolar dos anos temos assistido a uma evolução crescente no papel que as ciências da nutrição desempenham na saúde, composição corporal e performance do atleta. Este olhar mais atento, deve-se por um lado ao trabalho que os profissionais da área desenvolvem, ultrapassando barreiras relacionadas com diversos mitos e crenças alimentares, mas também pela procura crescente de se alcançarem melhores indicadores de composição corporal, performance e longevidade.
Nos dias de hoje a nutrição no desporto vive contudo num marasmo. Muitas das vezes a busca incessante por (des)informação é a realidade, os objectivos são para alcançar amanhã e muito pouco se fala de educação alimentar. Hoje, é possível, se assim for o intuito das marcas provar que a substância X tem o efeito Y, e que a suplementação é um poderoso aliado da saúde. Cada vez mais na atualidade interessa promover e cultivar os resultados momentâneos, o dar às pessoas aquilo que elas mais querem, e muitas vezes é esquecido que nas ciências da nutrição assim como em muitas outras áreas da nossa sociedade é preciso regar a planta para ela possa crescer.
Contudo ainda existe esperança...
Sem dúvida que se existe algo que assenta que nem uma luva na nossa sociedade é a proclamada frase "somos aquilo que comemos", e é muitas vezes com base nessa premissa que alguns agentes de saúde pública atuam. Na minha perspectiva ter uma melhor nutrição, passar por ter bases de consistência, resiliência e auto determinação, é fazer as escolhas acertadas mantendo uma boa coerência e repetição, não é promover a dieta A ou B. Este é muitas vezes o passo mais complicado para explicar a alguém, que para melhorar os seus resultados não precisa de se privar, não precisar passar fome, não precisa de se esconder atrás de ideologias que apenas visam o prestígio momentâneo e pouco a ciência ou a saúde.
Por Ivo Ferreira - Nutricionista