Visão Integral
Com o desenrolar dos anos temos assistido a uma evolução crescente no papel que as ciências da nutrição desempenham na saúde, bem-estar e aumento da esperança média de vida na sociedade.
Por outro lado, as "dietas da moda" têm ganho cada vez mais espaço no panorama atual. Em busca de resultados rápidos as pessoas procuram programas de emagrecimento, motivadas pelo desejo de verem os números da balança diminuírem a um ritmo alucinante.
Mas será este o melhor caminho? O caminho mais sustentável?
A ciência diz-nos que nem sempre o caminho mais rápido é o caminho mais sustentável. Com base num estudo de D Ashtary-Larky de 2017 foram comparados dois grupos que foram sujeitos a um perfil de dietas distinto. Enquanto o primeiro grupo foi sujeito a uma restrição alimentar mais moderada (200-300kcal/dia) o outro grupo foi sujeito a uma restrição alimentar mais acentuada (500-600kcal/dia), em ambos os grupos este perfil de restrição foi calculado de acordo com as necessidades energéticas diárias dos indivíduos.
Ao longo das semanas foram avaliados indicadores de composição corporal dos indivíduos sujeitos aos dois perfis de dietas. O que os investigadores concluíram é que os indivíduos que foram sujeitos a um perfil de dieta mais restrito acabaram por perder mais peso, contudo acabaram por perder menos massa gorda e mais massa magra em comparação com os indivíduos que foram sujeitos a um perfil de dieta menos restrito. Esses mesmos indivíduos, que foram então sujeitos a um perfil de dieta menos restrito, perderam menos peso, mas tiveram uma perda ponderal mais qualitativa (com mais perda de gordura e manutenção da massa magra). Parece importante destacar o papel da educação alimentar neste contexto, é, sem dúvida, importante manter os pacientes motivados na adesão à dieta, mas sobretudo importa destacar a necessidade de uma abordagem coerente e que não comprometa o estado nutricional dos indivíduos.
Por Ivo Ferreira - Nutricionista