
Visão Integral
Segundo a Associação Internacional para o Estudo da Dor, a dor é definida como uma experiência desagradável, associada a uma lesão tecidual real ou potencial. Sendo crónica, a dor é uma condição persistente que, apesar de ter momentos de alívio, torna-se um incómodo constante, com tendência a piorar.
Globalmente, estima-se que cerca de 30% da população mundial seja afetada por ela. Posto isto, urge entender que a dor crónica é multifactorial e que são vários os factores que contribuem para o aparecimento da doença, como biológicos, genéticos, hormonais, metabólicos, psicológicos e sociais; assim, jamais podemos separar a dor física da emocional.
Uma pessoa que vive a experiência do luto, por exemplo, vai sofrer, chorar, e essa experiência desagradável faz o cérebro mandar informações de contração muscular e, consequentemente, a dor como forma de proteção. O acolhimento desta situação merece um olhar holístico e integrativo. Embora a dor geralmente desempenhe um papel adaptativo, ela pode ter efeitos adversos na função e no bem-estar social e psicológico.
Por exemplo, a dor lombar crónica é a principal causa de incapacidade na maioria dos países, podendo diminuir a produtividade das pessoas de realizar atividades laborais diárias. Isto acontece porque cérebro e corpo estão completamente relacionados e funcionam juntos. Por este motivo, todos os profissionais de saúde e movimento devem orientar as pessoas com dor a introduzir nas suas rotinas diárias mecanismos que ajudam a controlá-la, nomeadamente, atividade física, relaxamento, meditação, movimentos em geral e estratégias de gerenciamento do medo (ex: terapia). Neste ponto, sabemos da significância comprovada do exercício físico regular como parte de um tratamento não farmacológico eficaz para a dor crónica, e que, por outro lado, o sedentarismo é um factor de risco para esta doença.
A literatura clarifica que para tratar um indivíduo com dor crónica as abordagens passivas são insuficientes, pelo que as abordagens ativas tornam-se indispensáveis. Nesta situação, a recomendação é de 150 minutos, por semana, de atividade física moderada, e, pelo menos, dois dias por semana de fortalecimento muscular. Dois dos argumentos para esta recomendação prendem-se com o facto do exercício físico ser um excelente modulador do stress e ter poder analgésico.
Se vive com dor, dê o primeiro passo, permita-se melhorar, comece com o que é possível para si, mesmo que isso signifique apenas 10 minutos de caminhada por dia; ou, podendo, procure um profissional especializado para organizar um programa de exercícios que acolha a sua individualidade, considere a sua condição e atenda às suas necessidades.
Estou certa que, dentro em breve, a sua qualidade de vida estará em um nível superior!
Por Juliana Anjo – Treinadora