Não estamos tão bem treinados quanto poderíamos!

Esta é a realidade que a literatura nos demostra.

A lógica por detrás desta afirmação é a de que poderíamos ser bem mais aptos corporalmente se não treinássemos apenas para evitar as doenças, mas sim para viver com vitalidade e boa disposição no presente.

A título de exemplo, conhecendo os benefícios da capacidade flexibilidade, no que à saúde musculoarticular diz respeito (sabemos hoje que os exercícios de alongamento não se restringem somente aos músculos, estes podem resultar no aumento da flexibilidade de uma articulação), ainda resistimos à prática de alongar perseverantemente a fim de desenvolver flexibilidade e continuar flexível ao longo da vida; no seguimento, entendemos aqui que o alongamento se refere ao exercício para manter ou desenvolver a flexibilidade.

Ainda a respeito desta capacidade, constatamos que a flexibilidade tem uma forte influência genética e grande contribuição do treino para o seu pleno desenvolvimento. Mais, sabemos que é mais facilmente desenvolvida na infância e pré-adolescência, em oposição ao que acontece na adolescência e na idade adulta, momentos onde se requer maior esforço para atingir níveis considerados normais nas diversas articulações. Por fim, o sexo masculino mostra geralmente maior rigidez que o sexo feminino.

Posto isto, e ainda assim, assumimos que não há pessoas inflexíveis, mas sim pessoas com insuficiência de flexibilidade, insuficiência essa que pode ser trabalhada com vista a se tornar o suficiente para o desenvolvimento em pleno das actividades de vida diárias.

Portanto, prevemos que o indivíduo iniciante que se predispõe a trabalhar esta capacidade tenha ganhos de flexibilidade mantendo-se pelo menos 30 segundos no alongamento, principalmente em decorrência do aumento da capacidade em tolerar o desconforto/dor. Resultado disso, a flexibilidade pode desenvolver-se, consideravelmente, num período de 4 a 6 meses, quando forem empregues, paralelamente ao treino de alongamento, procedimentos de liberação miofascial e mobilização articular.

Em suma, jamais tenha pressa, tenha direcção!

Dirija boas práticas de saúde, exercite-se e viva uma vida flexível, saudável e longa!

Por Juliana Anjo – Treinadora