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Psicologia
Promoção de estilo de vida ativo e a Saúde Mental

A saúde mental reflete-se na nossa forma de estar com os outros, no nosso humor, na nossa forma de ver o mundo e de nos vermos a nós próprios, e tem impacto na nossa saúde física. Da mesma forma: a saúde física tem impacto na nossa saúde mental.

Atualmente, a saúde global (mental e física), é uma meta universal, e, hoje, a nutrição e a atividade física são cada vez mais reconhecidas como fatores do estilo de vida, potencialmente modificáveis, que influenciam o início e desenvolvimento das doenças mentais (Lange, 2018). As descobertas mais recentes apoiam positivamente a atividade física como sendo um importante fator que afeta a qualidade de vida dos sujeitos. O exercício físico transporta benefícios potenciais na autoestima (Biddle & Asare, 2011). Ter uma boa rotina de atividade física está associada a uma melhoria da performance cognitiva e conquistas académicas (Biddle & Asare, 2011).

O impacto dos sintomas ansiosos e depressivos na saúde mental e social

Quando abordamos a saúde mental, entendemos que uma grande maioria dos sintomas ansiosos e depressivos têm um impacto muito significativo no bem-estar psicológico e social das pessoas. Estudos têm demonstrado que a prática de exercício físico melhora a qualidade de vida em pacientes psiquiátricos mais sedentários; por outro lado, a menor participação em atividade física foi correlacionada com a presença de sintomas negativos, comorbidade cardio-metabólica, maiores efeitos secundários de medicação, menor autoconfiança, crenças diminutas nos benefícios da saúde, outros hábitos de estilo de vida pouco saudáveis e isolamento social.

Efeitos duradouros da atividade física como Processo Terapêutico Integral

Clinicamente mais importante do que os efeitos a curto-prazo de uma única sessão de exercício, são os efeitos duradouros da atividade física a longo-prazo – o exercício é um veículo para muitos processos terapêuticos não específicos, incluindo benefícios fisiológicos de mobilização e benefícios psicológicos de autodomínio e integração social. Efeitos relacionados especificamente com o esforço incluem a ação ansiolítica e antidepressiva, mas também resistência a consequências psicológicas e emocionais perante stressores – assim, entende-se que o exercício físico permite um complemento à intervenção psicológica. Estudos epidemiológicos demonstraram que a atividade física e os exercícios podem prevenir ou retardar o aparecimento de várias patologias psiquiátricas e podem ter benefícios terapêuticos, quando usados como terapia única ou como parte integrante de um tratamento holístico (Lange, 2018).

É mais do que provável que a promoção de um estilo de vida ativo, com a presença de exercício físico, seja uma intervenção altamente económica para melhorar a saúde mental e o bem-estar da população em geral.

Por Sofia Medeiros - Psicóloga