Visão Integral
Felizmente, hoje em dia, estes dois conceitos aparecem cada vez mais associados.
No entanto, no que concerne à abordagem à saúde mental, actualmente, ainda assistimos a um processo de medicalização, soberbamente medicamentado, em detrimento de acções psicoterapêuticas.
Sabemos que o tratamento destas doenças são beneficiados pelo uso das terapias cognitivo-comportamentais, psico-educação familiar e pela prática de exercícios físicos.
Esta última é sabidamente benéfica no controle e prevenção de doenças crónicas, manutenção da saúde do sistema de sustentação do corpo além de actuar beneficamente para o bem-estar mental, actuando inclusive como coadjuvante no tratamento de doenças psiquiátricas.
A utilização de práticas desportivas como método terapêutico já é um consenso dentro da área de saúde, reduzindo o risco de doenças psiquiátricas bem como atenuando-as, além das suas contribuições na prevenção e controle de patologias relacionadas ao sedentarismo, contribuindo assim, não só para o tratamento, mas também para a redução do excesso no uso de farmacoterápicos.
Esta prática física influencia directamente o sistema límbico, relacionado a funções cognitivas e emocionais, e o sistema neuroendócrino, por sua vez, relacionado à produção hormonal.
Aquando da prática de actividade física ocorre liberação hormonal, sendo as endorfinas que promovem a sensação de bem-estar e euforia, e a dopamina que exerce um efeito tranquilizante.
Impacto químico e psicológico do exercício na saúde mental
De forma crónica, o exercício proporciona a redução dos níveis de adrenalina, noradrenalina e cortisol, conhecidos como hormonas do stress.
Consequentemente, há ainda a melhora da auto-estima, depressão e ansiedade, além da redução da frequência cardíaca e melhoria na disposição.
Quimicamente observamos fenómenos ocorridos na prática de exercícios físicos, como um balanço hormonal adequado, que podemos correlacionar com grande parte dos psicofármacos utilizados na rotina da estrutura biomédica em vigor, o que potencia, ainda mais, as recomendações sobre essas práticas como coadjuvante, e por vezes "actor principal" no alívio do sofrimento psíquico.
Em suma, a prática regular de actividades físicas, contribuem directamente para minimizar o sofrimento psíquico, resgatar a identidade social e auxiliar na redução de recaídas, melhorando a qualidade de vida.
Por Juliana Anjo – Treinadora